Danny Sustentável
18 de julho de 2023O Que é o El Niño: Quais São os Efeitos Para Indústria Brasileira
Condições normais sem El Niño
Normalmente, os ventos alísios (de leste para oeste) empurram a água quente da superfície do oceano ao longo do Equador em direção ao oeste do Pacífico. Isso faz com que a água mais fria e rica em nutrientes seja trazida à superfície na região leste do Pacífico (perto da América do Sul) através de um processo conhecido como afloramento. As águas mais quentes se acumulam na parte ocidental do Pacífico, perto da Indonésia e Austrália.
Durante um evento de El Niño, os ventos alísios enfraquecem ou até mesmo se revertem. Isso faz com que a água quente que normalmente é empurrada para o oeste comece a se mover para o leste em direção à América do Sul.
O que é o El Niño
O El Niño é um fenômeno climático que ocorre no Oceano Pacífico e é caracterizado pelo aquecimento anormal das águas superficiais na região equatorial.’
Ele é parte de um ciclo conhecido como Oscilação Sul (ENSO - El Niño-Southern Oscillation), que também inclui a fase de resfriamento conhecida como La Niña.
Como surgiu o El Niño
O El Niño começou a ser identificado por volta dos anos 1877. Pescadores do Chile e do Peru próximo a época de Natal, se aproximando ao fim do ano, os peixes sumiam e interpretavam como um castigo do menino Jesus. Daí a origem do nome do fenômeno, “El Niño” em espanhol se traduz para “O Menino”
A falta dos peixes na costa do Chile e do Peru se da pela ausência das aguas das geladas do oceanos pacifico, que como consequência trazia um menor número de matéria orgânica que serve de alimento para os peixes. Com isso, os peixes morriam ou migravam para outras regiões com maior alimentação na época do El Niño.
Quando acontece o El Niño 2023?
O El Niño é um fenômeno natural que acontece há muitos anos, e não há uma conclusão cientifica sobre suas causas, nem sobre sua periodicidade.
Efeitos do El Niño para a Industria no Brasil
Os efeitos do El Niño podem ser sentidos em todo o mundo. Ele pode contribuir para inundações no Peru, secas na Indonésia e na Austrália, invernos mais quentes na América do Norte, secas na África do Sul e padrões de tempo alterados em diferentes regiões do Brasil.
O principal setor afetado e o Agronegócio, que por si só representa 24,5% do PIB, praticamente ¼ do Produto Interno Bruto brasileiro, no entanto, faltas de água e incêndios podem afetar indiretamente outros setores da indústria brasileira.
Regiões Norte e Nordeste
Nas regiões norte e nordeste, as extremas secas diminuem consideravelmente o a quantidade de água atrapalham o plantio e safras, além de aumentar os incêndios nas matas e florestas.
Regiões Centro oeste e Sudeste
As regiões mais centrais do Brasil devem ter um aumento de temperatura. Segundo o Climatempo, o inverno não será rigoroso no ano de 2023.
Regiões Sul
Na região sul, o El Niño provoca chuvas acima da média na região. Como consequência, podemos ter o alargamento de lavouras e plantações.
Deslizamentos de terra que podem causar o bloqueio de estradas e vias,
Vale lembrar que todo os impactos relacionados aos anos de El Niño podem, várias dependendo da intensidade dos fenômenos e de outros fatores climáticos que podem ocorrer simultaneamente.
O que fazer para diminuir os impactos do El Niño?
Gestão de recursos hídricos
O El Niño provocará secas em muitos lugares do país, o uso responsável e racionamento de água será necessário para manutenção das atividades industriais e comerciais.
Planejamento Agronegócio
Para o agronegócio, é necessário verificar o quanto antes como o El Nino vai impactar na sua região, para elaborar um planejamento de contenção de possíveis danos na safra, se aproveitando de fatores macroambientes como economia nacional.
No mais, as empresas e indústrias brasileiras devem se esforçar para minimizar o acúmulo de fenômenos em paralelo ao El Nino, como o aquecimento global.
Veja outros conteúdos sobre impactos ambientais na indústria brasileira no Blog Danny Sustentável.
Fontes: Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, Climatempo, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.